O futuro além da IA: o novo ciclo de crédito

Num mercado que gira em torno de palavras da moda, inteligência artificial virou o novo mantra corporativo. É IA no produto, IA no pitch, IA até no rodapé do e-mail. Mas enquanto os holofotes seguem fixos nessa nova fronteira da automação, uma outra revolução, mais silenciosa, mas igualmente transformadora, já começou. E ela não vem do Vale do Silício. Vem de Brasília.

Sim, o Banco Central do Brasil está liderando uma das agendas de inovação mais ambiciosas do sistema financeiro global. E no centro dessa agenda está algo que pouca gente está discutindo com a devida seriedade: a nova infraestrutura de garantias digitais.

Não se trata de uma inovação incremental. Estamos falando da criação de um sistema que redesenha as bases do crédito no país, com potencial de tornar o acesso a capital mais rápido, transparente e, sobretudo, escalável para empresas de todos os tamanhos.

Um novo ciclo de crédito

A digitalização dos recebíveis, a interoperabilidade entre instituições financeiras e a consolidação do SCR, entre outros pilares, criaram uma base que permite que garantias sejam ativadas, rastreadas e liberadas de forma quase instantânea.
É como se estivéssemos construindo o Pix do crédito garantido. E ele já está em operação.

A pergunta que se impõe: sua empresa está preparada para operar nesse novo ambiente?

Oportunidade para poucos. Por enquanto.

O que estamos vendo é o nascimento de um novo ciclo econômico: mais inteligente, baseado em dados e garantias reais. Ele favorece quem entende a lógica por trás da transformação e penaliza quem ainda trata crédito como se estivéssemos em 2003.

A nova infraestrutura do Banco Central muda o jogo para o mercado B2B e isso impacta diretamente a gestão financeira da sua empresa, da análise de crédito à negociação com fornecedores e clientes.

Se IA é o que promete automatizar o raciocínio, as garantias digitais são o que promete liberar o fluxo de negócios. Uma empresa preparada para o futuro vai precisar dos dois. Mas talvez a infraestrutura que vai definir sua vantagem competitiva nos próximos anos já esteja aqui. E quase ninguém está prestando atenção.